[Resenha] - Feios

Nome: Feios

Número de Páginas: 415

Autor: Scott Westerfeld

Editora: Galera Record

Classificação: ★ ★ ★ ★ ★

Sinopse: "Séculos depois da destruição da civilização industrial em um apocalipse ecológico, a humanidade vive em cidades-bolha cercadas pela natureza selvagem. Lá, Tally Youngblood é feia. Não, isso não significa que ela é alguma aberração da natureza. Não. Ela simplesmente ainda não completou 16 anos. Em Vila Feia, os adolescentes ficam presos em alojamentos até o aniversário de 16 anos, quando recebem um grande presente do governo: uma operação plástica como nunca vista antes na história da humanidade. Suas feições são corrigidas à perfeição, a pele é trocada por outra,
sem imperfeições ou – nem pense nisso – espinhas, seus ossos são substituídos por uma liga artificial, mais leve e resistente, os olhos se tornam grandes e os lábios, cheios e volumosos. Em suma, aos 16 anos todos ficam perfeitos.
       Tally mal pode esperar pelo seu aniversário. Depois da operação, vai finalmente deixar Vila Feia e se mudar para Nova Perfeição, onde os perfeitos vivem, bebem, pulam de paraquedas, voam a bordo de suas pranchas magnéticas, e se divertem (o tempo todo). Seu único trabalho é aproveitar muito. Mas, enquanto espera que as poucas semanas até completar 16 anos passem, Tally precisa se distrair.

       Uma noite, ela conhece Shay, uma feia que não está nem um pouco ansiosa para completar 16 anos. Pelo contrário: Shay pretende fugir dos limites da cidade e se juntar à Fumaça, um grupo de foras-da-lei que sobrevive retirando seu sustento da natureza.

       Para Tally, isso é uma maluquice. Quem iria querer ficar feio para sempre, ou se arriscaria a voltar para a natureza e queimar árvores para se aquecer, em vez de viver com conforto em Nova Perfeição e se divertir à beça? Mas, quando sua amiga desaparece, os Especiais, autoridade máxima deste novo mundo, propõem um acordo com Tally: unir-se a eles contra os enfumaçados ou ficar feia para sempre. Tally, porém, acaba se envolvendo em uma conspiração e descobrirá que, por trás de tanta perfeição, se esconde um terrível segredo. Sua escolha irá mudar o mundo para sempre."

       O livro conta a história de Tally e se passa em um mundo distópico (e eu acho que já deu para perceber que eu estou virando a louca das distopias recentemente), onde todos são perfeitos (ou quase). Ela mora na Vila Feia, que como o próprio nome já diz, é uma vila onde as pessoas, na grande maioria das vezes crianças e adolescentes, que são consideradas feias pela sociedade esperam até completarem 16 anos, que é quando estão apitos à fazerem uma cirurgia que as transformarão em perfeitos, que é o que a grande maioria deseja desde sempre.

       Com Tally isso não é diferente, já que seu único e melhor amigo, Peris, virou um perfeito a mais ou menos três meses, e ela fica esperando ansiosamente a data do seu décimo sexto aniversário para poder se tornar perfeita como ele.

       Depois de entrar clandestinamente na cidade onde moram os perfeitos e invadir uma das festas onde ela achava que Peris estava, Tally fica ainda mais encantada com o novo mundo que a espera.

       Porém, depois dessa enrascada, na qual ela saiu divando (mas para dizer a verdade foi voando), ela conhece Shay que, diferente das outras pessoas não quer se tornar uma perfeita e sonha em ir para um lugar chamado ferrugem, onde pessoas com o mesmo pensamento que o dela vão para fugir dessa sociedade que os obriga a serem algo que não são.

       Ambas se tornam amigas e Tally começa a pensar a respeito de tudo que lhe vem acontecendo. De como ser perfeita seria maravilhoso. Poder morar com os pais e com Peris, ter festas para ir todos os dias, como todos dizem, a vida perfeita. Por outro lado, existe a possibilidade de ela fugir para ferrugem com Shay, o que acabaria resultando em ela ser feia para sempre, nunca mais ver Peris ou seus pais, morar em um lugar desconhecido e com hábitos estranhos.

       Depois desse turbilhão de sentimentos eu não posso falar mais nada, pois é aí que a aventura começa e eu sou muito suspeita para dar spoiler.

       Esse é o primeiro de uma série de quatro livros escritos por Scott Westerfeld e é o primeiro livro desse autor que eu leio. Esse foi mais um livro para a maratona literária de inverno e foi um dos primeiros que eu comecei a ler. Não cheguei “aceitar” ele na minha lista de favoritos por motivos próprios...não achei a história tão emocionante assim, mesmo esse não sendo o objetivo do livro. Não diria que o autor se perdeu na história, mas faltou alguma coisa que eu ainda não sei o que é para eu dar um coraçãozinho para ela.

       Foi uma distopia que eu gostei muito, que me prendeu bastante e eu estou simplesmente babando pela continuação. O final não foi o que eu imaginava, ou melhor, foi, mas não do jeito que eu achei que seria. 

       São poucos livros que, como esse, explicam bem o porquê de ser um mundo “diferente”, de ser um mundo distópico, em que o motivo desse livro é: as pessoas começaram a ver que quem tinha mais (alguma coisa) começava a “pisar” nas pessoas que tinha menos; e que as que tinha menos começavam a tentar adquirir o que os outros tinham...não sei se ficou bem claro. Mas a ideia desse mundo distópico é um onde não existe um julgamento de beleza, dinheiro ou classe social, nada disso existe nesse mundo e isso me chamou muito a atenção, por que hoje em dia, e que essa frase saia bem clichê mesmo, as pessoas se julgam exatamente pela beleza/aparência, dinheiro e classe social.

       Resumindo, esse livro é fantástico e foi uma indicação muito boa da Adriana do blog letras no armário para ler nessa maratona. Eu recomendo ele sim, como na maioria das vezes.

       Beijos, Vitória.